quinta-feira, 20 de abril de 2017

A MISSA PARTE POR PARTE PARA CRIANÇAS

1. RITOS INICIAIS
“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada, saudação, ato penitencial, Glória e oração da coleta, têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão (união) e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.

1.1 Comentário Inicial
Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.

1.2 Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros” (IGMR n.25).
Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início da missa:
a) O canto
Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda assembléia durante os cantos.
b) A procissão
O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar.
c) O beijo no altar
Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração (Padre, diácono, Ministro, seminarista) ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em sinal de carinho e respeito por tão sublime lugar.
Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.


1.3 Saudação
a) Sinal da Cruz
O presidente da celebração e a assembleia recordam-se por que estão celebrando a missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.
b) Saudação
Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembleia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas também é encontro com os irmãos.

1.4. Ato Penitencial
Após saudar a assembleia presente, o sacerdote convida toda assembleia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso... Em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós... Ou em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar... Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão da água benta, que nos convida a recordarmos o nosso compromisso assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados. Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.
1.5. Hino de Louvor
Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a assembléia unida no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É proclamado somente aos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do advento - e em celebrações especiais como festas e solenidades. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na íntegra.

1.6. Oração da Coleta
Encerra o rito inicial e introduzo povo de Deus (assembléia) na celebração do dia. “Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e fazendo interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’.

2. LITURGIA DA PALAVRA
Após o AMÉM da Oração, a comunidade senta-se mas deve esperar o celebrante dirigir-se à cadeira. A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de muita importância, pois é nesta hora que Deus fala com cada um de nós e também a comunidade reunida como “Povo de Deus”. A Liturgia da Palavra é composta por:

2.1 Primeira leitura:
A Primeira Leitura geralmente é tirada do Antigo Testamento, onde se encontra o passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi predito pelos Profetas a respeito do Messias.
Já durante o Tempo Pascal a primeira leitura é retirada do Novo Testamento.

2.2 Salmo responsorial
Salmo Responsorial antecede a segunda leitura, é a nossa resposta a Deus pelo que foi dito na primeira leitura. Ajuda-nos a rezar e a meditar a Palavra que acabamos de ouvir. Pode ser cantado ou recitado.

2.3 Segunda leitura
A Segunda Leitura é tirada das Cartas, Atos ou Apocalipse.

2.4 Canto de aclamação ao Evangelho
O canto de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que irá nos falar.
 
2.5. Evangelho
Toda a Assembleia está de pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem e de respeito. A Palavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar “dividida” com nada: com nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação. É como se Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para nos falar. A Palavra do Senhor é luz para nossa inteligência, paz para nosso Espírito e alegria para nosso coração.

2.6. Homilia
Na homilia o sacerdote “atualiza o que foi dito há dois mil anos e nos diz o que Deus está querendo nos dizer hoje”. Então o sacerdote explica as leituras. É o próprio Jesus quem nos fala e nos convida a abrir nossos corações ao seu amor. Reflitamos sobre Suas palavras e respondamos colocando-as em prática em nossa vida.

2.7. Profissão de fé (Credo)
Em seguida, os fiéis se levantam e recitam o Credo. Nessa oração professamos a fé do nosso Batismo.
A fé é à base da religião, o fundamento do amor e da esperança cristã. Crer em Deus é também confiar Nele. Creio em Deus Pai, com essa atitude queremos dizer que cremos na Palavra de Deus que foi proclamada e estamos prontos para pô-la em prática.

2.8. Oração da comunidade (Oração dos fiéis)
Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé e confiança em Deus que nos falou, nós colocamos em Suas mãos as nossas preces.
Mesmo que o meu pedido não seja pronunciado em voz alta, eu posso colocá-lo na grande oração da comunidade. Assim se torna oração de toda a Igreja. E ainda de pé rogamos a Deus pelas necessidades da Igreja, da comunidade e de cada fiel em particular.

3. LITURGIA EUCARÍSTICA
Vem a seguir o momento mais sublime da missa: é a renovação do Sacrifício da Cruz, agora de maneira incruenta, isto é, sem dor e sem violência. Pela ação do Espírito Santo, realiza-se um milagre contínuo: a transformação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo. É o milagre da Transubstanciação, pelo qual Deus mantém as aparências do pão e do vinho (matéria) mesmo não sendo mais a substância pão e vinho. Ou seja, a substância agora é inteiramente a do Corpo, Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, embora as aparências sejam a do pão e do vinho.
A liturgia eucarística divide-se em: preparação das oferendas, oração eucarística e rito da comunhão.

3.1. Preparação das oferendas
a) Procissão das oferendas
As principais ofertas são o pão e vinho. Essa caminhada, levando para o altar as ofertas, significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. As demais ofertas representam igualmente a vida do povo. Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor. Um povo de fé traz o pão e no vinho, e oferece também a sua vida.
b) momento da coleta
A coleta do dinheiro é o fruto da generosidade e do trabalho dos fiéis. Deus não precisa de esmola porque Ele não é mendigo e sim o Senhor da vida. A nossa oferta é um sinal de gratidão e contribui na conservação e manutenção da casa de Deus.
c) Apresentação das oferendas
O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho que simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. Na sua encarnação, Jesus assumiu a nossa humanidade e reuniu, em si, Deus e o Homem. E assim como a água colocada no cálice torna-se uma só coisa com o vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só corpo com Ele.
d) Purificação
O celebrante lava as mãos, essa purificação das mãos significa uma purificação espiritual do ministro de Deus.
e) Convite à oração
O presidente da celebração diz: Orai Irmãos e irmãs... Agora o sacerdote convida toda assembleia a unir suas orações à ação de graças do sacerdote.
f) Oração sobre as Oferendas:
Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança no que segue, ou seja, a oração eucarística. Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o nosso amém!

3.2. Oração Eucarística:
É na oração eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração. Nela, através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação:
a) Santo
É um hino “abertura” que nos introduz no Mistério Eucarístico. É um hino que proclama a Santidade de Deus e dá graças ao Senhor.
É tirado do livro do profeta Isaías (6,3) e a repetição é um reforço de expressão para significar o máximo de santidade, embora sendo pecadores, de lábios impuros, estamos nos preparando para receber o Corpo do Senhor.
c) A invocação do Espírito Santo
O celebrante estende as mãos sobre o pão e vinho e pede ao Pai que os santifique enviando sobre eles o Espírito Santo. O Sacerdote diz: Enviai o Vosso Espírito Santo.


d) Consagração do pão e vinho
Por ordem de Cristo e recordando o que o próprio Jesus fez na Ceia e pronuncia estas palavras “TOMAI…
O celebrante faz uma genuflexão para adorar Jesus presente sobre o altar. Em seguida recorda que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos dizendo: “TOMAI… “FAZEI ISTO” aqui cumpre-se a vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia. “EIS O MISTÉRIO DA FÉ” Estamos diante do Mistério de Deus. E o Mistério só é aceito por quem crê.
e) Preces e intercessões
A Igreja está espalhada por toda a terra e além dos limites geográficos: está na terra, como Igreja peregrina e militante; está no purgatório, como Igreja padecente; e está no céu como Igreja gloriosa e triunfante.
Entre todos os membros dessa Igreja, que está no céu e na terra, existe a intercomunicação da graça ou comunhão dos Santos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande Família de Deus.
A primeira oração é pelo Papa e pelo bispo Diocesano, são os pastores do rebanho, sua missão é ensinar, santificar e governar o Povo de Deus. Por isso a comunidade precisa orar muito por eles. Rezar pelos mortos é um ato de caridade, a Igreja é mais para interceder do que para julgar, por isso na Missa rezamos pelos falecidos. Finalmente, pedimos por nós mesmos como “povo santo e pecador”.
f) Doxologia final
É uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos louva ao Pai e toda assembleia responde com um grande “amém”, que confirma tudo aquilo que ela viveu. O sacerdote a diz sozinho.

3.4. Rito da Comunhão
a) Pai nosso
Jesus nos ensinou a chamar a Deus de Pai e assim somos convidados a rezar o Pai-Nosso. É uma oração de relacionamento e de entrega.
Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso foi vivido plenamente por Cristo. Portanto, deve ser vivido também pelos seus discípulos.
Com o Pai Nosso começa a preparação para a Comunhão Eucarística. Essa belíssima oração é a síntese do Evangelho. Para rezarmos bem o Pai Nosso, precisamos entrar no pensamento de Jesus e na vontade do Pai. Portanto, para eu comungar o Corpo do Senhor na Eucaristia, preciso estar em “comunhão” com meus irmãos, que são membros do Corpo Místico de Cristo.
O Pai Nosso também pode ser cantado, mas sem alterar a sua fórmula. Após o Pai Nosso na Missa não se diz amém pois a oração seguinte é continuação.
b) A paz
Após o Pai-Nosso, o sacerdote repete as palavras de Jesus: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”.
A paz é um dom de Deus. A paz foi o que Jesus deu aos seus Apóstolos como presente de sua Ressurreição.
Que paz é essa da qual fala Jesus? É o amor para com o próximo. Às vezes vamos à Igreja rezar pela paz no mundo, mas não estamos em paz conosco ou com nossas famílias. Não nos esqueçamos: a paz deve começar dentro de nós e dentro de nossas casas.
Assim como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em comunhão com Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz.
c) Fração do pão
O celebrante parte a hóstia grande e coloca um pedacinho da mesma dentro do cálice, que representa a união do Corpo e do Sangue do Senhor num mesmo Sacrifício e mesma comunhão.
Nesse momento se canta ou reza a oração do cordeiro.
d) Cordeiro de Deus
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Jesus é apresentado como o “cordeiro de Deus”. Os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais uma vez.
O canto do Cordeiro de Deus só se canta quando o padre pega a hóstia grande e a parte. Antes desse momento não se canta o cordeiro.
  
e) Comunhão
A Eucaristia é um tesouro que Jesus, o Rei imortal e eterno, deixou como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem. Comungar é receber Jesus Cristo, Reis dos Reis, para alimento de vida eterna.
À mesa do Senhor recebemos o alimento espiritual.
A hora da Comunhão merece nosso mais profundo respeito, pois nos torna mos uma só coisa em Cristo. E sabemos que essa união com Cristo é o laço de caridade que nos une ao próximo. O fruto de nossa Comunhão não será verdadeiro se não vemos melhorar a nossa compaixão, paciência e compreensão para com os outros.
f) Momento Pós-comunhão
Depois de comungar temos alguns preciosos minutos em que Nosso Senhor Jesus Cristo nos tem. Nesse momento somos convidados a permanecermos em silêncio e adorar Jesus Cristo presente em nós. Perguntemos corajosamente: Senhor, que queres que eu faça? E estejamos abertos para ouvirmos a resposta. Quantos milagres e quantas curas acontecem nesse momento em que Deus está vivo e presente em nós!
g) Oração pós-comunhão
Esta oração liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a assembléia durante a celebração.

4. RITO FINAL
Despedimo-nos, e é nessa hora que começa nossa missão: a de levar Deus àqueles que nos foram confiados, a testemunhar Seu amor em nossos gestos, palavras a ações.

4.1. Avisos
Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração.

4.2. Benção final
E a Missa termina com a benção final. A recebamos com fé e respeito.
Com o término da missa começa nossa missão de levar Jesus Cristo aos irmãos.

4.3. Despedida
De posse desta boa-graça dada pelo Pai (a Eucaristia), os cristãos são reenviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.
Ide em paz...


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